29.3.12

meus tormentos

as minhas impossibilidades diante das tuas possibilidades. as minhas negações diante das tuas doações.


você me chega aberto, quente, as mãos expostas. seu leite quente derramado sobre o meu leito, o meu rio. sua fala febril, torpe. você grita. você geme baixinho e depois grita. grita todo o amor que eu recuso. eu que me calo, eu que me fecho, eu que te desprezo. eu nua e invadida. essa violência posta que nos encara. essa dor, esse medo, esse desatino. a violência do silêncio. o olho que suplica. a voz que não acalenta. a incoerência de tudo. o vento que bate. a mão que bate na porta. a violência posta está nos encarando. a umidade da boca que não mata a nossa sede. eu desértica, você fértil. você concretude, eu luminosidade. sou toda brisas.

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