1.8.09


Tudo estava tranquilo, o ar era leve, as palavras eram suaves. As cores eram claras, nuances, tonalidades, luzes, brilhos. Calmaria. Eu estava flutuando nesse agradável desespero. As cores e as horas passavam por mim sem me afetar, parecia outra ali no meu lugar, sem destino, sem passado, sem história pra contar. Se me perguntassem quem eu era talvez não lembrasse do meu próprio nome, tamanha era minha despreocupação. Não sei quem me trouxe de volta, nem sei se foi um sonho, agora eu me lembro dessa tarde colorida e iluminada e não me encaixo nela, não entendo, não sinto-a, eu era um desenho. Um desenho rabiscado num vidro embaçado que se dissipou. Não lembro quando foi que me tornei real.

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