visões
Vejo o dia em preto e branco, granulado, na tessitura do acaso.
Vejo o que não vejo: dentro dos cinzas, dos brancos, do que ainda não tem cor na íris. Meu dia é pálido. Tenho todo o tempo a perder, tenho o que não possuo.
Minha perda se define é à meia-luz.
O que escrevo também é sem cor, com o papel granulado pelo gesto afoito das nuvens, na urgência da chuva. O que escrevo é sombra da sombra na lua por detrás dos bambus inclinados, uma hora sem minutos. No escuro é onde enxergo melhor: onde a palavra não se desenha, apenas se evola. E estas páginas têm a forma do gato saltando.
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