24.8.09

Sinto o cheiro de novo no ar. Olhando pela janela do quarto, caminhando na chuva, esperando o ônibus, que seja. Fico pensando nas coisas que você me diz deitada na minha cama, me sentindo num motel. Uma lágrima cai solitária e silenciosa, manchando de preto a fronha acetinada. O jeito como você sorri e como eu não presto atenção nas suas palavras, só nos seus lábios, já é uma obsessão. Vem deitar nessa que também é a sua cama, me deixa ler uns poemas pra você entre lençóis suados e madrugadas frias... ouvindo o cd que eu te dei de presente e o cheiro dos nossos cigarros tornando irrespirável o ar do quarto. "Eu pagaria pra te visitar em domingos chuvosos", você me serviria um café na cozinha e conversaríamos sobre a chuva, os paralelepípedos, os transeuntes. Vou voltar pro bar decadente que tem no fim da sua rua e esperar você passar como antes.

Nenhum comentário: